Tarot

As pesquisas realizadas pelo tarólogo, astrólogo, numerólogo e escritor Jaime E. Cannes revelam que o tarot e a a Psicologia Moderna foram relacionados nos anos 30 por um grande ocultista e tarólogo Paul Foster Case, mas por se tratar de “mais um mago” isso não foi levado em consideração e acabou não afetando a visão sobre o tarot na época. O tarot começou a receber atenção dos psicólogos em 1980 a partir da publicação do livro “Jung e o Tarot”, de Sallie Nichols. Desde então, mesmo aqueles que discriminavam o tarot considerando-o como “uma arte mágica muito duvidosa”, começaram a se interessar pelo seu estudo. 

Na década de 80, o estudo da Tarologia cresceu de forma impressionante. No Brasil, onde os tarólogos eram raros, surgiu uma geração inteira de estudiosos e praticantes da leitura de tarot.”, nos retrata Jaime Cannes.

O tarot é uma fonte inesgotável de sabedoria para quem tem olhos para ver e ouvidos para escutar sua linguagem silenciosa. Seus arcanos são chaves simbólicas, cuja função é despertar a psiquê para conceitos novos, idéias diferentes e uma nova consciência espiritual. Um alfabeto mágico, arquétipos do ser humano, mensagem do inconsciente. 

Os arquétipos não são literais: são mensagens do inconsciente. Cada uma das cartas do Tarô é uma mensagem da mente universal. Mas como nossa mente inconsciente está divorciada do consciente – a mente literal – e costuma ser por ele ignorada, essa mensagem se perde. Os símbolos do tarot são transposições arquetípicas do comportamento humano.

Um dos significados da palavra tarot é “caminho real”. O caminho que o consulente percorre é mostrado através de imagens colocadas em forma de cartas, que representam o acervo mental, emocional e psicológico da memória comum a todos. Essa memória é chamada de inconsciente coletivo.

Assim nos define Jaime E. Cannes: “Arquétipos em sânscrito quer dizer “imagens arcaicas”. Jung definiu arquétipos como imagens que provocam na alma humana uma reação profunda em quem as contempla, despertando emoções e lembranças que impulsionam à transformação e à cura. Os arquétipos são emanações do inconsciente coletivo, uma rede de memórias à qual o inconsciente individual permanece conectado.”

Segundo a taróloga e escritora Edelweiss Cagno, “arquétipos são imagens primordiais ou símbolos que não se encontram no consciente, mas sim na parte primordial do ser. Carl Gustav Jung (1875-1961), neurologista suíço que lançou as bases da Psicologia analítica, acreditava que o psiquismo não teve origem na matéria orgânica, mas que é anterior à ela. É nesse nível cósmico que se desenvolvem os arquétipos. Jung afirmava que junto à consciência imediata existe um segundo sistema psíquico de natureza coletiva universal e impessoal, idêntico em todas as pessoas. Os arquétipos são os habitantes do inconsciente coletivo. Os personagens e temas que representam mundialmente os mitos, sonhos e histórias infantis são exemplos de arquétipos, os quais são, portanto, como moldes da própria criação onde encontramos toda sabedoria expressa através dos símbolos do tarot. Jung deu legitimidade ao tarot afirmando que ele era capaz de ativar imagens inconscientes, podendo assim ajudar a esclarecer coincidências as quais ele chamava de “princípio da sincronicidade”, que desafiam as leis da causa e efeito. Dessa forma, o tarot nos permite através da simbologia dos arquétipos desenvolver nossa intuição, bem como interpretar situações do passado, presente e futuro, já que ele nos leva a penetrar no inconsciente coletivo”. Explica Edelweiss.

Jung acreditava que além das relações de causa e efeito nas quais o universo científico se baseia, há também outro princípio de ligação que não compartilha essa relação, o qual ele denominou “sincronicidade”. A sincronicidade explica as forças que guiam o universo. Fatos que parecem coincidências, são na verdade sinais que podem nos ajudar a tomar decisões e orientar nossas vidas. Segundo Jung sincronicidade são aquelas “coincidências” que não podem ser explicadas como meras casualidades. Não existe casualidade na disposição das cartas, pois elas refletem o momento presente e as perspectivas futuras na vida do consulente e das pessoas ao seu redor. O acaso não existe.

Acrescenta ainda Jaime E. Cannes: “A teoria da sincronicidade explica que não existe o acaso e que há certas “coincidências” muito significativas que expressam algo sobre nós mesmos e nosso “eu” mais profundo. Sendo assim, as cartas tiradas ao acaso expressam algo do ser mais profundo e comunicam tanto a sua realidade reconhecível quanto os aspectos inconscientes que precisam ser integrados.” Finaliza Jaime Cannes.

Jung descobriu que quando consultamos o tarot estamos procurando uma interpretação pela sincronicidade. Nós, em virtude de inconscientemente selecionarmos determinadas cartas, nos colocamos em uma posição em que realmente causamos aquele momento “coincidente” (sincronicidade) – a intemporalidade. O resultado disso é que entramos em contato com o passado, presente e futuro.

O que ordena a prioridade do que é apresentado durante um jogo é a carga afetiva dos acontecimentos, e não os fatos em si. Por esse motivo, muitas vezes o consulente chega com questionamentos pré-formulados e, ao iniciar a consulta, uma nova problemática se apresenta e domina o assunto. Antes de debruçar sobre o que quer saber, ele deve se debruçar sobre o que precisa saber.

Dessa forma, compreendi que a maior contribuição da Psicologia Analítica através do oráculo era ser uma eficaz ferramenta de acesso ao inconsciente. E que, em vez de previsões, o foco deveria estar nos esclarecimentos, algo mais pertinente ao desenvolvimento pessoal, ao autoconhecimento.

Desenvolvi uma metodologia de atendimento que proporcionasse ao consulente uma possibilidade maior e mais segura de fazer um mergulho interior exercitando sua capacidade de ampliação de consciência com base em símbolos, mitos e dinâmicas psíquicas revelados a partir das cartas. 

Em um primeiro momento faço uma explanação geral sobre os aspectos da vida no presente momento através das 12 casas da Mandala Astrológica e em um segundo momento o consulente pode explorar temáticas não apresentadas na explanação geral. 

A partir dos símbolos e mitos presentes em cada arcano maior, o consulente é chamado a refletir sobre os padrões emocionais, expectativas e negligências vividas no momento e também sobre a participação de cada um desses aspectos na manutenção do problema, em vez da solução do mesmo. Ou seja, o tarot convida à auto análise e, consequentemente, à revisão de valores e de posturas adotadas. 

Enxergar o oráculo como uma chave para o desenvolvimento pessoal é, antes de tudo, confiar que podemos ser guiados com sabedoria por esse invisível, sendo ele chamado de Deus, Divindade Interior, de Self etc.

O oráculo desmascara a nossa tentativa de controle exaustivo, mas também nos desperta a agir. Dá a clareza necessária para o entendimento da postura adotada diante dos nossos objetivos, e do que precisa ser feito para que possamos alcançá-los. Aprendemos a medir nossos medos e ansiedades. Entendemos sobre a verdadeira função dos outros em nossa vida, e vice-versa. Tornamo-nos mais responsáveis pelo futuro que tanto desejamos.

Atendimento com até 1h e 20m de duração. Podem ser presenciais ou online.

Referências bibliográficas:

Burke, Juliet Sharman e Greene, Liz. O Tarô Mitológico. São Paulo: Madras, 2009.

Nichols, S. Jung e o Tarô. Uma jornada arquetípica. Cultrix, 1988.

Edinger, Edward F. Ego e Arquétipo. Uma sínese fascinante dos conceitos psicológicos fundamentais de Jung. São Paulo: Cultrix, 1995.

Bulfinch, Thomas. O livro de ouro da mitologia: histórias de deuses e heróis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

Filho, Domício Proença. Estórias da Mitologia. Nós, as Deusas do Olimpo. Hera, Ártemis, Atená, Afrodite, Héstia, Deméter. São Paulo: Global, 2012.

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